É uma companhia que tem seu capital dividido em ações e na qual a responsabilidade dos sócios ou acionistas é limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. A lei brasileira que rege estas empresas é a Lei n° 6.404, de 1976, chamada Lei das S.As, que sofreu importantes alterações com a Lei n° 11.638, de 2007.

Uma S.A. de capital fechado está sujeita à Lei das S.As. Uma das suas obrigações é divulgar, uma vez por ano, as demonstrações financeiras e o Relatório da Administração, texto no qual a administração comenta o desempenho da companhia no período e suas perspectivas. As ações de uma S.A. de capital fechado não podem ser livremente negociadas em mercados organizados, como a Bolsa de Valores, e não podem ser adquiridas por um público qualquer

Coloquialmente chamadas de “balanço”, as demonstrações financeiras são relatórios que contêm um conjunto de indicadores que expressam a saúde e condição financeira de uma companhia e como seus dinheiros transitaram, se originaram e foram usados. São elaboradas conforme um padrão contábil. Atualmente, o padrão adotado no Brasil chama-se International Reporting Financial Standards (IFRS), isto é, um padrão baseado em princípios e que permite melhor comparação internacional. As demonstrações financeiras são compostas por cinco relatórios: os Balanços Patrimoniais, as Demonstrações de Resultado, as Demonstrações de Fluxo de Caixa e de Mutações no Patrimônio Líquido, e as Notas Explicativas. Estes relatórios são confeccionados pela companhia e auditados por Auditores Independentes conforme padrões de auditoria geralmente aceitos.

As demonstrações financeiras são como um exame de sangue: são vários tipos de indicadores, cada um medindo um aspecto, cada um com seus parâmetros de normalidade. Cada indicador tem um significado, e os parâmetros de normalidade são obtidos na comparação com outras empresas do setor. Como a quantidade de empresas é muito inferior à de indivíduos, os parâmetros de normalidade não são obtidos por testes quantitativos, mas pela observação e conhecimento de cada setor ao longo do tempo. Então, uma primeira dica para entender o desempenho de uma empresa é comparar seus resultados com os de outras do mesmo setor. Outro passo é saber o que significam os indicadores e cada um dos relatórios que fazem parte das demonstrações financeiras.

São demonstrações que somam as contas da empresa-mãe e de sua(s) subsidiária(s), eliminando o que uma compra/paga à outra. A consolidação, principalmente quando as subsidiárias pertencem quase totalmente à empresa-mãe, demonstra melhor o tamanho e o desempenho econômico da atividade do grupo de empresas e a rentabilidade do acionista.

É a peça mais estudada das demonstrações financeiras, pois apura o lucro do período e mostra todos os dinheiros que a companhia recebeu e pagou. Para entender o desempenho da companhia, é preciso comparar o comportamento de cada conta com períodos anteriores e outras contas do próprio relatório, bem como com as mesmas contas de outras empresas do setor.

“Prêmios” é a principal linha do faturamento da Seguros Unimed e representa o somatório dos prêmios dos seguros de vida e de saúde que ela recebeu ao longo do ano. O faturamento é o indicador que mostra o tamanho da companhia em relação a outras seguradoras e empresas do mercado. Para saber se o desempenho dos prêmios ganhos foi bom, é preciso comparar com os anos anteriores e observar a taxa de crescimento. Esta taxa também deve ser comparada à taxa de crescimento do mercado segurador como um todo, para saber qual foi o desempenho da companhia em relação ao de outras seguradoras, se ganhou ou perdeu participação de mercado. Também deve ser comparada à taxa de crescimento do PIB, para saber se cresceu mais ou menos do que o país e a inflação do período, verificando quanto do prêmio ganho foi real (retirando os efeitos da inflação) ao invés de nominal.

Sinistros são os eventos de risco que se materializam e para os quais a seguradora honra o seguro contratado. O valor pago em sinistros é uma perda que faz parte do negócio da seguradora. Portanto, o que importa não é saber se houve ou não sinistros, mas, sim, seu tamanho relativo e evolução. A taxa de sinistralidade, percentual resultante da divisão entre o valor dos sinistros ocorridos pelos prêmios ganhos no período, mede a relação entre sinistros e prêmios. Quanto menor esta porcentagem, melhor para a companhia. Para saber se a sinistralidade da companhia foi bem, é preciso comparar com a sinistralidade de períodos anteriores e com a de outras seguradoras.

É o resultado de tudo que a companhia ganhou menos o que gastou no período para conduzir seu negócio. Além do dispêndio com o pagamento de sinistros, a companhia paga impostos, salários, percentual de corretagem para aqueles que vendem seus serviços, e possui despesas financeiras, entre outras. O lucro é o dinheiro do acionista no período. Uma parte deste lucro é reinvestida no negócio para que a companhia continue a crescer. Outra parte é distribuída para os acionistas na forma de dividendos ou juros sobre capital próprio.

É um dos indicadores usados para medir o ganho do acionista. É obtido pela divisão do lucro pela quantidade de ações da companhia. Ele mostra quanto daquele lucro pertence a cada ação. Como os dividendos e juros sobre capital próprio são percentuais do lucro, o acionista não recebe, no período, a totalidade do valor que sua ação representa da companhia. Por esse motivo, usa-se outro indicador para medir a rentabilidade do negócio e o retorno sobre o patrimônio líquido.

O ROE é obtido pela divisão do lucro líquido no período pelo patrimônio líquido da companhia. Ele mede o retorno do dinheiro investido, ou seja, do capital investido, na companhia por seus acionistas. É um dos indicadores que mede a rentabilidade do negócio. Quanto maior, melhor.

Este relatório pode ser entendido como uma fotografia de como estão alocados os dinheiros da empresa em determinada data. As contas do balanço patrimonial mostram de onde vieram e para onde foram os dinheiros da empresa. Existem dois grandes grupos de contas: o ativo (coluna esquerda), que mostra onde a companhia empregou seus dinheiros, e o passivo (coluna da direita), de onde vieram os recursos usados por ela. Um aspecto importante das regras contábeis é que o ativo tem que ter o mesmo valor do passivo (no jargão contábil: o ativo tem que bater com o passivo). Essa regra serve para impedir que os dinheiros que transitam pela companhia se percam. Cada entrada e aplicação de dinheiros precisam ser identificadas e alocadas nas contas que as caracterizam.

É uma das principais contas do passivo. Ele representa o montante que pertence aos acionistas, isto é, tanto o capital inicialmente investido, como a reaplicação dos lucros ao longo dos anos (lucros acumulados).

É o valor do patrimônio líquido dividido pela quantidade de ações da companhia em uma data. É outra forma de medir a rentabilidade do acionista. Se a empresa der lucro ao longo dos anos e retirar só um percentual de dividendos, seu patrimônio líquido cresce, aumentando o valor que pertence a cada acionista.

Outras informações importantes observadas no passivo são: o endividamento da companhia, principalmente os “empréstimos” de curto (circulante) e longo prazo; ativos circulantes, como os “prêmios a receber”, que indicam os valores de prêmio que ainda estão sendo pagos pelos clientes; e o “imobilizado”, onde são demonstrados os valores dos imóveis ocupados pela companhia e outros bens.

Trata-se de um relatório que mostra as variações de caixa (dinheiro) que ocorreram na companhia durante o período. Mostra em maior detalhe em que itens a empresa aplicou caixa e de onde retirou dinheiro para fazê-lo.

É um relatório que mostra a movimentação das contas do patrimônio líquido. Serve para observar a formação de reservas para investimentos, capital de giro, legal, pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio, entre outros tipos de movimentações.

Este quinto relatório detalha as contas dos demais, dando mais explicações sobre o movimento de cada uma e os critérios usados para contabilização, entre outras. As notas explicativas são parte integral das demonstrações financeiras e também devem ser lidas com cuidado.

São indicadores não financeiros da saúde econômica do negócio. Os principais indicadores operacionais são: Beneficiários de Seguro Saúde, que indica a quantidade de indivíduos atendidos por seguros Saúde da Seguros Unimed; Vidas Seguradas, que indica a quantidade de pessoas com seguros de vida; Volume de Ativos Administrados (R$ milhões), que representa o montante em reais administrados nos fundos previdenciários oferecidos pela companhia; e as Reservas de Previdência Privada (PGBL e VGBL), que indica o montante de reservas constituídas para fazer frente às retiradas nos planos previdenciários.

A cada ano, o acionista tem direito a uma remuneração que recebe o nome de dividendos e costuma ser um percentual do lucro do período, mas pode ser diferente. Juros sobre capital próprio é uma modalidade de remuneração do acionista que existe no Brasil para permitir que as empresas lucrativas deduzam do imposto de renda parte do que pagarão de remuneração ao acionista. Ao se caracterizar a remuneração como “juros”, dedutível, reduz-se o imposto de renda a ser pago. Portanto, distribuir JCP se dá meramente por eficiência fiscal.

Uma S.A. de capital aberto é aquela que obtém registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e se compromete a seguir diversos tipos de regras e procedimentos, principalmente no que diz respeito a forma, periodicidade e maneira como divulga informações. Entre essas obrigações, as companhias abertas precisam elaborar um documento bastante completo sobre o seu negócio, chamado Formulário de Referência, e divulgar balancetes trimestrais para acompanhamento de seu desempenho. São exigências que visam proteger o investidor. Em contrapartida, qualquer um do público pode adquirir suas ações, que, geralmente, são negociadas em Bolsas de Valores, gozando de transparência de preço e maior liquidez.

ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar.Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária.